“A Opereta dos Vadios” é o livro em discussão na Comunidade de Leitores da Almedina Atrium Saldanha
25 de Janeiro, às 19h
A Livraria Almedina do Atrium Saldanha acolhe no dia 25 de Janeiro, pelas 19h, uma troca de ideias em torno do novo romance de Francisco Moita Flores, intitulado A Opereta dos Vadios. A sessão conta com a presença do autor.
“Uma sátira política sobre um país de sobrolho carregado, falido, mas que o fará soltar umas boas gargalhadas” - é assim que é apresentada “A Opereta dos Vadios”, a última obra de Francisco Moita Flores.
Com moderação da jornalista e escritora Filipa Melo, os encontros da Comunidade de Leitores realizam-se sempre na primeira e última quarta-feira de cada mês, num ambiente informal, partilhando a experiência de leitura prévia de um livro de ficção e, em conjunto, o reler em voz alta, analisar, discutir e relacionar com outras leituras paralelas e com a experiência de vida de cada um.
Esta é a mais antiga Comunidade de Leitores activa numa livraria portuguesa, afirmando-se como o espaço, por excelência, de todos aqueles que gostam de ler e querem conhecer pessoalmente escritores da literatura portuguesa contemporânea. Na última sessão de cada mês, estará sempre presente o autor em destaque.
A Comunidade de Leitores insere-se na programação cultural da Livraria Almedina do Atrium Saldanha, chamada “Ciclo do Café”, que conta com a coordenação geral da escritora e jornalista Filipa Melo, onde se pretende debater ideias sobre temas como a política, os direitos, os blogues, o eu, e os clássicos.
Sobre o autor:
Francisco Moita Flores tem o nome associado a uma vasta e prestigiada obra que se distribui pelo romance, televisão, cinema e teatro. Alguns dos seus trabalhos estão inscritos na galeria da melhor ficção nacional. “Ballet Rose”, “Raia dos Medos”, “O Processo dos Távora”, “A Ferreirinha”, “A Fúria das Vinhas”, “Não Há Lugar Para Divorciadas”, “Polícias sem História”, “Filhos do Vento”, “Mataram o Sidónio”, as adaptações de grandes autores como Aquilino Ribeiro, Eça de Queirós, Júlio Dinis, entre outros, tornaram-no uma figura incontornável da dramaturgia escrita em português. Traduzido em várias línguas, várias vezes premiado quer em Portugal quer no estrangeiro, foi recentemente distinguido pelo Presidente da República com a condecoração de Grande Oficial da Ordem do Infante.
Sinopse:
De repente, o País ficou de sobrolho carregado. Zangado. A bancarrota revolveu os intestinos da política e entregou ao Povo um sarilho cheio de fome. A democracia, com a barriga cheia de teias de aranha, desatou a vomitar vermes. De testa franzida. Fazedores de milagres. Gente que perdeu a virtude do riso. Portugal transformou-se num protectorado alemão e o Zé Francisco, velho anarquista, exilado em Paris, com os seus amigos de sempre, vindos de todos os lados da política, decidiram criar um novo partido político (PUN) dispostos a ganhar as próximas eleições. Um grupo de vadios intelectuais, sem eira nem beira, olhando desesperados para os sonhos antigos desfeitos em cinzas. E avançam, munidos de armas terríveis. A mais letal de todas elas é a gargalhada. Sem programa político, que é caro e ninguém lê, distribuem arroz PUN, provocam o riso e os vadios riem de si próprios. A democracia dos homens sisudos e sérios, cheia de cangalheiros formatados no mesmo fato de ideias feitas, estremece. A Direita e a Esquerda, ou vice-versa, embasbacam perante este movimento que sacode o país e lhe mata a fome. No meio da desorientação a polícia erra os alvos e os comentadores estrebucham quando são confrontados com um bando de bem-dispostos. É esta “A Opereta dos Vadios”.