Todo o trabalho de clarificação dos conceitos se faz construindo novos conceitos.Nem sempre isso significa que tenhamos que inventar um novo léxico. Pensar, por exemplo, a "beleza", a "felicidade", a "justiça" ou "democracia", pode implicar simplesmente redistribuir sinónimos, estabilizar oposições, tornar mais sofisticadas as nossas classificações. Mas o que leva alguns a ler os clássicos é a necessidade de reinvenção da própria língua em que pensamos. De Platão e Aristóteles a Wittgenstein, Freud ou Deleuze, atravessando tradições e traduções, foram-se depositando nos nossos dicionários palavras sem as quais já não saberíamos viver, como "ideia", "substância", "estado de coisas", "superego" ou "acontecimento". Quer reformulando termos comuns, quer visitando a biblioteca universal, o trabalho da criação de conceitos é absolutamente solitário. Ele vem sempre acompanhado de um sentimento de si íntimo, que mobiliza no acto de compreensão todas as nossas memórias e afectos. E, ao mesmo tempo, esse trabalho é sempre colectivo. Um conceito só significa algo se puder ser partilhado por uma comunidade. O objectivo do Café do Eu, ao revisitar, no espaço de uma livraria, alguns dos grandes conceitos que atravessam o fundamental das nossas vidas, é facilitar esse confronto entre a solidão do Eu, a universalidade dos clássicos, e a confusão do Nós.
NN
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